Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 52
Filter
1.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 40(2): e00107823, 2024. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1534126

ABSTRACT

Distorção da imagem corporal é uma alteração da percepção do corpo que pode repercutir na saúde. Este estudo visa estimar, entre mulheres participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) residentes na Bahia, Brasil, a prevalência de acurácia e distorção da imagem corporal e investigar associações com características socioeconômicas, estilo de vida e procura de cuidados ginecológicos. Participaram 609 mulheres de 50-69 anos de idade que responderam, entre 2012-2014, questionários aplicados face a face. Foi utilizada a escala de silhuetas de Stunkard para investigar a percepção acurada ou distorcida para mais ou menos peso. A razão de risco relativo (RR) foi calculada por meio de regressão logística multinomial por meio do Stata 13. A maioria das participantes tem perspectiva acurada do próprio corpo (53,7%). Entre aquelas com percepção distorcida, há uma tendência à distorção para menos peso (38,1%). Na análise de regressão multinomial, permaneceram associadas à distorção para menos peso as variáveis raça/cor e escolaridade, sendo que a primeira foi positivamente associada à distorção para menos peso entre as pardas (RR = 1,89; IC95%: 1,13-3,16) e pretas (RR = 2,10; IC95%: 1,25-3,55), enquanto a segunda entre aquelas com escolaridade até o Ensino Médio (RR = 1,65; IC95%: 1,18-2,33). Não houve associações quanto às demais variáveis, nem com distorção para mais peso. Os resultados contribuem para a explicação das relações entre percepção da imagem corporal e fatores socioeconômicos, revelando que mulheres de raça/cor diferentes e variados níveis de escolaridade são influenciadas de formas distintas pelos discursos sociais, o que impacta a percepção da sua imagem corporal.


Body image distortion is an alteration in the perception of the body that can have repercussions on health. This study aims to estimate the prevalence of body image accuracy and distortion among women participating in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil) living in Bahia State, Brazil, and to investigate associations with socioeconomic characteristics, lifestyle, and gynecological care seeking. A total of 609 women aged 50 to 69 years participated in the study, who answered face-to-face questionnaires from 2012 to 2014. The Stunkard silhouette scale was used to investigate accurate or distorted perception for more or less weight. The relative risk ratio (RR) was calculated by multinomial logistic regression using Stata 13. Most participants have an accurate perception of their own bodies (53.7%). Among those with distorted perception, there is a tendency to distort towards less weight (38.1%). In the multinomial regression analysis, the variables race/skin color and education remained associated with the distortion towards underweight. The race/skin color variable was positively associated with the distortion towards underweight among Mixed-race women (RR = 1.89; 95%CI: 1.13-3.16) and black (RR = 2.10; 95%CI: 1.25-3.55), while the education variable among those with up to high school education (RR = 1.65; 95%CI: 1.18-2.33). There were no associations with the other variables or with distortion for more weight. The results contribute to explaining the relationships between body image perception and socioeconomic factors, revealing that women of different races/skin colors and varying educational levels are influenced in different ways by social discourses, impacting the perception of their body image.


La distorsión de la imagen corporal es una alteración en la percepción del cuerpo que puede repercutir en la salud. Este estudio busca estimar, entre las mujeres participantes del Estudio Longitudinal de Salud del Adulto (ELSA-Brasil) que viven en Bahía, Brasil, la prevalencia de precisión y distorsión de la imagen corporal e investigar asociaciones con las características socioeconómicas, el estilo de vida y la busca de atención ginecológica. Participaron 609 mujeres que tenían entre 50 y 69 años que contestaron los cuestionarios aplicados cara a cara entre 2012 y 2014. Se utilizó la escala de siluetas de Stunkard para investigar la percepción precisa o distorsionada para más o menos peso. El cociente de riesgo relativo (RR) se calculó a través de regresión logística multinomial utilizando el Stata 13. La mayoría de los participantes tiene una perspectiva precisa del propio cuerpo (53,7%). Entre las personas con percepción distorsionada hay una tendencia a la distorsión para menos peso (38,1%). En el análisis de regresión multinomial, las variables raza/color y escolaridad permanecieron asociadas con la distorsión para menos peso, siendo la primera positivamente asociada con la distorsión para menos peso entre las mujeres pardas (RR = 1,89; IC95%: 1,13-3,16) y negras (RR = 2,10; IC95%: 1,25-3,55), mientras la segunda entre las mujeres que estudiaron hasta la enseñanza secundaria (RR = 1,65; IC95%: 1,18-2,33). No hubo asociaciones con las otras variables ni con la distorsión para más peso. Los resultados contribuyen para explicar las relaciones entre la percepción de la imagen corporal y los factores socioeconómicos, demostrando que mujeres de diferentes razas/colores y diferentes niveles de educación se influyen de distintas formas a través de discursos sociales, lo que impacta en la percepción de su imagen corporal.

2.
Rev. bras. estud. popul ; 40: e0247, 2023. tab, graf
Article in English | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1521756

ABSTRACT

Abstract This article aims to analyze residential segregation by race (racial segregation) and income (economic segregation) in Brazil and explore its relationship with socioeconomic and socio-spatial factors. Residential segregation was assessed using the dissimilarity index based on the 2010 demographic census and considering urban census tracts since segregation is sociologically considered an urban problem. The results for racial segregation showed that it is more evident in cities in the South and Southeast of Brazil and mainly affects the self-declared black population. The approach used to calculate economic segregation involved examining the income level of different low-income groups. Therefore, we consider families that earned between 0 and 1 minimum wage as the group with the greatest social vulnerability. We did not find significant correlations between racial and income segregation indices with aspects such as urbanization (urban population size). Finally, we present the racial segregation indices stratifying families by income thresholds for the 27 Brazilian capitals and conclude that per capita household income is a preponderant factor for the segregation of the poorest, especially in families whose residents self-identify as black.


Resumo Este artigo tem como objetivo analisar a segregação residencial por raça (segregação racial) e renda (segregação econômica) no Brasil e explorar sua relação com fatores socioeconômicos e socioespaciais. A segregação residencial foi avaliada pelo índice de dissimilaridade baseado no Censo Demográfico de 2010 e considerando setores censitários urbanos, uma vez que a segregação é entendida sociologicamente como um problema urbano. Os resultados mostram que a segregação racial é mais evidente nas cidades do Sul e Sudeste do Brasil, atingindo principalmente a população autodeclarada preta. A abordagem utilizada para calcular a segregação econômica envolveu examinar o nível de renda de diferentes grupos de baixa renda. Portanto, consideramos as famílias que ganham entre 0 e 1 salário mínimo - o grupo de maior vulnerabilidade social. Não encontramos correlações significativas entre os índices de segregação racial e de renda com fatores como a urbanização (tamanho da população urbana). Por fim, apresentamos os índices de segregação racial estratificando as famílias por faixas de renda para as 27 capitais brasileiras e concluímos que a renda domiciliar per capita é fator preponderante para a segregação dos mais pobres, principalmente nas famílias cujos moradores se autodeclaram pretos.


Resumen Este artículo tiene como objetivo analizar la segregación residencial por raza (segregación racial) y renta (segregación económica) en Brasil y explorar su relación con factores socioeconómicos y socioespaciales. La segregación residencial se evaluó utilizando el índice de disimilitud con base en el censo demográfico de 2010 y considerando las secciones censales urbanas ya que la segregación es considerada sociológicamente como un problema urbano. Los resultados para la segregación racial mostraron que esta es más evidente en ciudades del sur y del sudeste de Brasil y que afecta principalmente a la población autodeclarada negra. El enfoque usado para calcular la segregación económica implicó examinar el nivel de ingresos de diferentes grupos de bajos ingresos. Por lo tanto, consideramos que las familias que ganaban entre cero y un salario mínimo son el grupo con mayor vulnerabilidad social. No encontramos correlaciones significativas entre los índices de segregación racial y los de ingresos con factores como la urbanización (tamaño de la población urbana). Finalmente, presentamos los índices de segregación racial estratificando a las familias por umbrales de renta para las 27 capitales brasileñas y concluimos que la renta per cápita de los hogares es un factor preponderante para la segregación de los más pobres, en especial en las familias cuyos habitantes se autodeclaran negros.

3.
Mundo saúde (Impr.) ; 47: e15082023, 2023.
Article in English, Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1517449

ABSTRACT

A pandemia de COVID-19 trouxe desafios acrescidos aos já existentes, em termos de acesso aos serviços, respostas adequadas, garantia de direitos, entre outros, para a área da saúde sexual e reprodutiva no Brasil e no mundo. A pesquisa "International Sexual Health and Reproductive Health Survey" (I-SHARE), um estudo global desenvolvido em mais de 40 países, surge da necessidade de investigar essa situação, sendo necessário criar e adaptar instrumentos capazes de captar esta nova realidade mundial. O objetivo do presente artigo é apresentar o processo de adaptação do questionário I-SHARE de português de Portugal para o português do Brasil. A versão brasileira do questionário I-SHARE incluiu 15 grandes blocos de questões relacionadas a COVID-19, violência e saúde sexual e reprodutiva. A adaptação obrigou a acomodar diferenças linguísticas, culturais e institucionais de diferente natureza. O pré-teste, realizado com 10 pessoas, revelou uma boa aceitação, não se tendo verificado dificuldades de compreensão e análise por parte dos/as participantes. Conclui-se que o questionário I-SHARE Brasil, além de ter servido uma pesquisa particular no contexto da pandemia de COVID-19, poderá ser adaptado a outras realidades e estudos futuros no âmbito da saúde sexual e reprodutiva no Brasil.


The COVID-19 pandemic brought increased challenges regarding access to services, adequate responses, guaranteeing rights, among others, for the area of sexual and reproductive health in Brazil and around the world. The "International Sexual Health and Reproductive Health Survey" (I-SHARE), a global study carried out in more than 40 countries, arises from the need to investigate this situation, making it necessary to create and adapt instruments capable of capturing this new global reality. The objective of this article is to present the process of adapting the I-SHARE questionnaire from Portuguese to Brazilian Portuguese. The Brazilian version of the I-SHARE questionnaire included 15 large blocks of questions related to COVID-19, violence and sexual and reproductive health. Adaptation forced to accommodate linguistic, cultural and institutional differences of different nature. The pre-test, carried out with 10 people, revealed good acceptance, with no difficulties in understanding or analyzing on the part of the participants. It is concluded that the I-SHARE Brazil questionnaire, in addition to having served as a particular research in the context of the COVID-19 pandemic, can be adapted to other realities and future studies in the field of sexual and reproductive health in Brazil.

4.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 39(12): e00039923, 2023. tab, graf
Article in English | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1528198

ABSTRACT

Abstract: This study aimed to identify patterns of metabolic syndrome among women and estimate their prevalence and relationship with sociodemographic and biological characteristics. In total, 5,836 women were evaluated using baseline data from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Patterns of metabolic syndrome were defined via latent class analysis, using the following metabolic abnormalities as indicators: abdominal obesity, hyperglycemia, hypertension, hypertriglyceridemia, and reduced HDL cholesterol. The relationship between these patterns and individual characteristics was assessed using latent class analysis with covariates. Three patterns of metabolic syndrome were identified: high metabolic expression, moderate metabolic expression, and low metabolic expression. The first two patterns represented most women (53.8%) in the study. Women with complete primary or secondary education and belonging to lower social classes were more likely to have higher metabolic expression. Black and mixed-race women were more likely to have moderate metabolic expression. Menopausal women aged 50 years and older were more often classified into patterns of greater health risk. This study addressed the heterogeneous nature of metabolic syndrome, identifying three distinct profiles for the syndrome among women. The combination of abdominal obesity, hyperglycemia, and hypertension represents the main metabolic profile found among ELSA-Brasil participants. Sociodemographic and biological factors were important predictors of patterns of metabolic syndrome.


Resumo: O objetivo foi identificar padrões de síndrome metabólica em mulheres, estimar suas prevalências e relações com características sociodemográficas e biológicas. Este estudo examinou 5.836 mulheres utilizando dados da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Os padrões de síndrome metabólica foram definidos por meio de análise de classe latente, usando as seguintes anormalidades metabólicas como indicadores: obesidade abdominal, hiperglicemia, hipertensão, hipertrigliceridemia e colesterol HDL reduzido. As relações entre os padrões de síndrome metabólica e as características individuais foram avaliadas por meio da análise de classes latentes com covariáveis. Foram identificados três padrões de síndrome metabólica, denominados "alta expressão metabólica", "expressão metabólica moderada" e "baixa expressão metabólica". Os dois primeiros padrões representaram a maioria (53,8%) das mulheres do estudo. As mulheres com nível de escolaridade primário ou secundário e pertencentes à classe social baixa tiveram maior chance de apresentar maior expressão metabólica. Negros e pardos tiveram maior chance de apresentar "expressão metabólica moderada". Mulheres na menopausa com 50 anos ou mais apresentaram maior chance de ter padrões de maior risco à saúde. Este estudo abordou a natureza heterogênea da síndrome metabólica, identificando três perfis distintos para a síndrome entre as mulheres. A combinação de obesidade abdominal, hiperglicemia e hipertensão representa o principal perfil metabólico encontrado entre os participantes do ELSA-Brasil. Fatores sociodemográficos e biológicos foram importantes preditores para os padrões de síndrome metabólica.


Resumen: El objetivo fue identificar patrones del síndrome metabólico en mujeres, estimar sus prevalencias y relaciones con características sociodemográficas y biológicas. Este estudio examinó 5.836 mujeres utilizando datos de la línea de base del Estudio Longitudinal de Salud del Adulto (ELSA-Brasil). Los patrones de síndrome metabólico se definieron a través del análisis de clase latente, utilizando las siguientes anormalidades metabólicas como indicadores: obesidad abdominal, hiperglucemia, hipertensión, hipertrigliceridemia y colesterol HDL reducido. Las relaciones entre los patrones de síndrome metabólico y las características individuales se evaluaron a través del análisis de clases latentes con covariables. Se identificaron tres patrones de síndrome metabólico, denominados "alta expresión metabólica", "expresión metabólica moderada" y "baja expresión metabólica". Los primeros dos patrones representan la mayoría (el 53,8%) de las mujeres del estudio. Las mujeres que tenían un nivel de escolaridad primario o secundario y que pertenecían a la clase social baja tuvieron una mayor probabilidad de presentar una expresión metabólica más alta. Los negros y pardos tuvieron una probabilidad más alta de presentar "expresión metabólica moderada". Las mujeres en la menopausia que tenían 50 años o más presentaron una probabilidad más alta de tener patrones de mayor riesgo para la salud. Este estudio abordó la naturaleza heterogénea del síndrome metabólico, identificando tres perfiles diferentes para el síndrome entre las mujeres. La combinación de obesidad abdominal, hiperglucemia e hipertensión representa el principal perfil metabólico encontrado entre los participantes del ELSA-Brasil. Factores sociodemográficos y biológicos fueron importantes predictores para los patrones de síndrome metabólico.

5.
Saúde Soc ; 32(4): e210604pt, 2023. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1530421

ABSTRACT

Resumo O trabalho docente nas universidades tem sido marcado por sobrecarga exaustiva com a lógica do trabalho intensificado e precarizado. Além disso, estudos relacionando gênero, saúde e trabalho docente ainda são escassos. Neste artigo, objetivou-se identificar e avaliar criticamente as evidências científicas relacionadas ao estresse ocupacional e aos transtornos mentais entre docentes do ensino superior na perspectiva de gênero. Realizou-se revisão integrativa nas bases de dados PubMed, SciELO e Lilacs, entre os meses de maio e junho de 2019, a partir das combinações dos descritores indexados: occupational stress; mental disorder; mental health; higher education; faculty; universities e das palavras-chave: faculty teacher; faculty teachers; university teacher; university teachers; academic setting; academic settings. Os resultados sinalizam que o estresse ocupacional é uma realidade nas universidades, com docentes cada vez mais insatisfeitos(as) e apresentando altas prevalências de transtornos mentais e sintomas depressivos. Ficou evidente a necessidade de responsabilização por parte da gestão educacional. A perspectiva de gênero manteve-se ausente ou superficial nas produções acadêmicas revisadas. É preciso concentrar-se em medidas que possam melhorar a qualidade do trabalho nas universidades, tornando-as um espaço prazeroso para homens e mulheres de forma igualitária.


Abstract The teacher's work in universities has been marked by exhaustive overload with intensive and precarious work conditions. Furthermore, studies regarding gender, health, and teacher's work are still scarce. In this article, we aimed at identifying and critically evaluating the scientific evidence regarding occupational stress and mental health among higher education teachers from a gender perspective. We performed an integrative review of literature by searching on PubMed, SciELO, and LILACS, between May and June 2019, from combinations of the indexed descriptors: occupational stress; mental disorder; mental health; higher education; faculty; universities; and the keywords: faculty teacher; faculty teachers; university teacher; university teachers; academic setting; academic settings. The results indicate that occupational stress is common in universities, with teachers showing increasing dissatisfaction and higher prevalences of mental disorders and depressive symptoms. The need for accountability of educational managers is evident. Gender perspective was absent or scarce in the scientific literature revised. Concentrating on measurements to improve the quality of work in universities making them an equally pleasant space for men and women is needed.


Subject(s)
Review
6.
Arq. bras. cardiol ; 117(4): 701-712, Oct. 2021. tab, graf
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-1345245

ABSTRACT

Resumo Fundamento: Indicadores antropométricos são utilizados na prática clínica e em estudos epidemiológicos para rastreamento de fatores de risco à saúde. Objetivo: Avaliar o poder discriminatório individual do Índice de Adiposidade Corporal (IAC), do Índice de Massa Corporal (IMC), da Circunferência da Cintura (CC) e da Razão Cintura-Quadril (RCQ) para identificar risco coronariano e investigar se a combinação de indicadores antropométricos de obesidade geral e central melhora a capacidade preditiva em adultos. Métodos: Avaliou-se 15 092 participantes (54,4% mulheres) com idades entre 35-74 anos na linha de base do ELSA-Brasil. Indivíduos em risco coronariano foram identificados pelo Escore de Risco de Framingham, e divididos em risco muito alto (RMA20%) e risco alto (RA10%). Medidas de acurácia diagnóstica e áreas sob curvas ROC (AUC) foram analisadas. Associações foram testadas por regressão de poisson com variância robusta, conforme sexo e idade. Foi adotada significância estatística de 5%. Resultados: A RCQ apresentou melhor poder discriminatório para RMA20% em todos os grupos, com maior capacidade preditiva nas mulheres (AUC: 0,802; IC95%: 0,748-0,856 vs 0,657; IC95%: 0,630-0,683 nas faixas etárias 35-59 anos e AUC: 0,668; IC95%: 0,621-0,715 vs 0,611; IC95%: 0,587-0,635 nas faixas etárias 60-74 anos). As combinações IAC+RCQ e IMC+RCQ apresentaram melhor poder preditivo em homens e mulheres, respectivamente. Combinações entre indicadores de obesidade geral e central estiveram mais fortemente associadas com RMA20% e RCA10% em todos os estratos. Conclusões: Indicadores combinados tiveram melhor capacidade preditiva do que um indicador isoladamente, sendo IAC+RCQ e IMC+RCQ melhores estimadores de risco coronariano em homens e mulheres, respectivamente. RCQ teve melhor desempenho individual.


Abstract Background: Anthropometric indicators have been used in clinical practice and epidemiological studies for screening of health risk factors. Objectives: To evaluate the individual discriminatory power of body adiposity index (BAI), body mass index (BMI), waist circumference (WC) and waist-hip-ratio (WHR) to identify individuals at risk for coronary heart disease and to evaluate whether combinations of anthropometric indicators of overall obesity with indicators of central obesity improve predictive ability in adults. Methods: A total of 15,092 participants (54.4% women) aged 35-74years were assessed at baseline of the ELSA-Brasil study. Individuals at risk for coronary heart disease were identified using the Framingham risk score and divided into very-high risk (VHR 20%) and high risk (HR10%). Measures of diagnostic accuracy and area under the ROC curves (AUC) were analyzed. Associations were tested using Poisson regression analysis with robust variance, according to age and sex. Statistical significance was set at 5%. Results: WHR showed the highest discriminatory power for VHR20% in all groups, with higher predictive ability in women (AUC: 0.802; 95%CI: 0.748-0.856 vs 0.657; 95%CI: 0.630-0.683 in the age range of 35-59 years, and AUC: 0.668; 95%CI: 0.621-0.715 vs 0.611; 95%CI: 0.587-0.635 in the age range of 60-74 years). BAI + WHR and BMI + WHR had the highest predictive power in men and women, respectively. Combinations of indicators of overall obesity with indicators of central obesity were more strongly associated with VHR20% and HR10% in all subgroups. Conclusion: Combined indicators had greater predictive ability than indicators taken individually. BAI+ WHR and BMI + WHR were the best estimators of coronary risk in men and women, respectively, and WHR had the best individual performance.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Obesity, Abdominal/complications , Obesity, Abdominal/epidemiology , Body Mass Index , Risk Factors , Waist-Hip Ratio , Waist Circumference , Middle Aged , Obesity/complications , Obesity/epidemiology
7.
Saúde debate ; 45(spe1): 60-72, out. 2021. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1352242

ABSTRACT

RESUMO Apesar do aumento histórico da participação feminina na produção científica brasileira, reconfigurações domésticas e laborais para o controle da Covid-19 podem estar reduzindo a produtividade das mulheres cientistas. A pesquisa GenCovid-Br objetivou traçar um panorama da participação feminina nos artigos sobre Covid-19 das ciências médicas e da saúde, disponibilizados no PubMed, com ao menos um autor de filiação brasileira. Das 1.013 publicações até 14 de agosto de 2020, 6,1% foram escritas exclusivamente por mulheres; 17,2%, exclusivamente por homens; grupos mistos respondem por 31,1% com liderança feminina, e 45,6% com liderança masculina. As mulheres participam mais de artigos com primeira autoria feminina (50,1% vs 35,6% nos liderados por homens). Nos artigos de áreas da Medicina Clínica, em que as mulheres são maioria, ocorre menos participação de autoras, o que também acontece em publicações resultantes de colaborações internacionais. Os presentes resultados indicam a possibilidade de ampliação de desigualdades de gênero prévias durante a pandemia de Covid-19. Novos estudos devem aprofundar a investigação sobre a magnitude e os determinantes desse fenômeno, incluindo análises temporais. As políticas institucionais devem considerar as iniquidades de gênero nas avaliações acadêmicas, prevenindo impactos futuros nas carreiras das mulheres, em particular, das jovens pesquisadoras envolvidas na reprodução social.


ABSTRACT Despite the increasing historical participation of women in Brazilian scientific production, domestic and labor reconfiguration for the control of the Covid-19 pandemic is likely to reduce women scientists' productivity. The GenCovid-Br Research aimed to outline a panorama of female production in Covid-19 papers in medical and health sciences, available in PubMed, with at least one author with Brazilian affiliation. From the 1,013 publications by August 14, 2020, 6.1% were written exclusively by women, 17.2% exclusively by men, 31.1% were mixed with female leadership, and 45.6% were mixed with male leadership. Women participated in more papers led by women (50.1% vs. 35.6% in those led by men). Papers in Clinical Medicine, where female researchers are predominant, have fewer female authors, occurring in publications resulting from international collaborations. Our results point to the possible expansion of previous gender inequalities during the Covid-19 pandemic. New studies should deepen the investigation of the magnitude and determinants of such phenomenon, including temporal analyses. Institutional policies must consider gender inequalities in academic assessments, preventing future impacts on women's careers, particularly young researchers involved in social reproduction.

8.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 26(5): 1941-1954, maio 2021. tab
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-1249523

ABSTRACT

Resumo O objetivo deste artigo é avaliar a associação entre imagem corporal e variáveis sociodemográficas e comportamentos de saúde, por sexo masculino e feminino. Analisou-se dados de 6.289 mulheres e 5.188 homens, entre 35 e 59 anos, participantes da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) com a utilização da regressão multinomial. Entre as mulheres, a chance de insatisfação por se sentirem magras foi mais alta entre as com menor escolaridade e as que consumiam frutas semanalmente. A prática de atividade física moderada reduziu em 50% a chance deste tipo de insatisfação. Graus mais elevados de insatisfação por estar acima do peso foram observados entre as casadas, as que praticam atividade física leve e as ex-fumantes. Homens com nível médio de escolaridade e consumo excessivo de álcool tiveram em torno de 50% de chances mais elevadas de insatisfação por baixo peso, posto que a prática de atividade física leve ou moderada elevou essa chance em 75% e 94%, respectivamente. Entre os homens, a prática de atividade física leve e moderada também aumentam a chance de insatisfação por estarem acima do peso. Esses achados contribuem para reforçar que hábitos e comportamentos não saudáveis podem influenciar a insatisfação da imagem corporal com padrões diferenciados, segundo sexo.


Abstract The aim of this article is to assess the association between body image dissatisfaction and sociodemographic and health behaviors, according to sex. Data were analyzed for 6,289 women and 5,188 men (35-59 years), participants in the baseline of the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), using multinomial regression. The odds of dissatisfaction due to feeling underweight were higher among in women with low schooling and those who only consumed fruit weekly. Moderate physical activity reduced this type of dissatisfaction by 50%. Higher odds of dissatisfaction due to overweight were seen in married women, those who practiced light physical activity, and former smokers. Men with secondary schooling and excessive alcohol consumption showed 50% higher odds of dissatisfaction due to underweight, while light or moderate physical activity increased the odds by 75% and 94%, respectively. Among men, light and moderate physical activity were also associated with increased odds of dissatisfaction due to overweight. These findings corroborate that unhealthy habits and behaviors can influence body image dissatisfaction with different patterns between women and men.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Body Dissatisfaction , Body Image , Brazil , Cross-Sectional Studies , Longitudinal Studies
9.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 26(2): 669-692, fev. 2021. tab, graf
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-1153776

ABSTRACT

Resumo Acumulam-se evidências de que o uso de máscaras é uma medida indispensável de proteção à COVID-19, devido ao alto poder de transmissão do novo coronavírus por via respiratória, inclusive por indivíduos assintomáticos. Por sua vez, o uso das máscaras de tecido em locais públicos tem se consolidado como medida adicional de proteção às medidas de distanciamento social e higienização das mãos. Objetivou-se sistematizar as evidências científicas que justificam o amplo uso de máscaras de tecido como prevenção à COVID-19 e descrever a evolução dos posicionamentos contrários ou favoráveis ao seu uso em ambientes extradomiciliares, diante do avanço da pandemia do novo coronavírus pelo mundo. A triagem de artigos e documentos oficiais do Brasil e de outros países indica que o uso de máscaras em locais públicos tornou-se uma intervenção essencial graças ao potencial de reduzir a velocidade de propagação do novo coronavírus. Recomenda-se que o poder público adote estratégias para aumentar a oferta deste produto e fomente estudos para avaliação do impacto da medida no controle da pandemia no Brasil. É imperativo assegurar disponibilidade de máscaras a grupos socioeconomicamente desfavorecidos e garantir que determinados grupos raciais não sejam estigmatizados diante do uso de máscaras em ambientes extradomiciliares.


Abstract There is increasing evidence that the use of masks is an indispensable protective measure against COVID-19, given the high transmissibility of the new coronavirus through the respiratory system, including by asymptomatic individuals. The use of cloth masks in public places has been established as a protective measure to be adopted alongside social distancing and hand hygiene. This narrative review aims to systematize the scientific evidence that informs the widespread use of cloth masks as a preventive measure against COVID-19 and to describe the evolution of positions contrary to or in favor of its use outside the home, in view of the advance of the new coronavirus pandemic globally. The scientific articles, technical notes, governmental decrees and other documents analyzed indicate that widespread use of masks has the potential to reduce the spread of the new coronavirus. We recommend that the Brazilian government adopt strategies to increase the supply of reusable cloth masks to the public, especially to vulnerable populations and to support studies on the impact of this measure to control the pandemic in the country. Finally, it is imperative to ensure that use of masks does not exacerbate stigmatization of racial groups that already face prejudice.


Subject(s)
Humans , Coronavirus Infections/prevention & control , Masks , Textiles , Public Facilities , Brazil/epidemiology , Global Health , Coronavirus Infections/epidemiology
10.
Epidemiol. serv. saúde ; 30(2): e2020722, 2021. graf
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-1249797

ABSTRACT

Objetivo: Analisar como a testagem da população influencia os indicadores de saúde usados para monitorar a pandemia de COVID-19 nos 50 países com maior número de casos diagnosticados. Métodos: Estudo ecológico sobre dados secundários, extraídos em 19/08/2020. Foram calculadas incidência acumulada, taxa de mortalidade, letalidade e proporção de testes positivos. Os dados foram descritos e apresentados graficamente, com o respectivo coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: A taxa de testagem variou enormemente entre os países. A incidência acumulada e a proporção de testes positivos foram correlacionadas ao número de testes, enquanto a taxa de mortalidade e a letalidade apresentaram correlação baixa com esse indicador. Conclusão: A maioria dos países não testa o suficiente para garantir adequado monitoramento da pandemia, com reflexo na qualidade dos indicadores. A ampliação do número de testes é fundamental; porém, ela deve ser acompanhada de outras medidas, como isolamento de casos diagnosticados e rastreamento de contatos.


Objetivo: Analizar cómo el testeo poblacional influye en los indicadores de salud utilizados para monitorear la pandemia de COVID-19 en los 50 países con mayor número de casos diagnosticados. Métodos: Estudio ecológico, con datos secundarios, recogidos el 19/8/2020. Se calcularon la incidencia acumulada, la tasa de mortalidad, la letalidad y la proporción de pruebas positivas. Los datos fueron descritos y presentados gráficamente, con el respectivo Coeficiente de Correlación de Spearman. Resultados: La tasa de testeo varió enormemente entre los países. La incidencia acumulada y la proporción de pruebas positivas se correlacionaron con el número de pruebas, mientras que la tasa de mortalidad y de letalidad mostraron una baja correlación con este indicador. Conclusión: La mayoría de los países no realizan suficientes pruebas para garantizar un seguimiento adecuado de la pandemia, lo que se refleja en la calidad de los indicadores. La ampliación del número de pruebas es fundamental, y debe ir acompañada de aislamiento de casos y seguimiento de contactos.


Objective: To analyse how testing the population influences the health indicators used to monitor the COVID-19 pandemic in the 50 countries with the highest number of diagnosed cases. Methods:This was an ecological study using secondary data retrieved on 8/19/2020. Cumulative incidence, mortality rate, case-fatality rate, and proportion of positive tests were calculated. The data were described and presented graphically, with their respective Spearman Correlation Coefficients. Results: The testing rate varied enormously between countries. Cumulative incidence and the proportion of positive tests were correlated with the number of tests, while the mortality rate and case-fatality rate showed low correlation with this indicator. Conclusion: Most countries do not test enough to ensure adequate monitoring of the pandemic, and this is reflected in the quality of the indicators. Expanding the number of tests is essential, but it needs to be accompanied by other measures, such as isolation of diagnosed cases and contact tracing.


Subject(s)
Humans , Laboratory Test/statistics & numerical data , COVID-19 Nucleic Acid Testing/statistics & numerical data , COVID-19 Serological Testing/statistics & numerical data , COVID-19/diagnosis , Global Health/statistics & numerical data , Incidence , Health Status Indicators , COVID-19/mortality
11.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 37(9): e00168918, 2021. tab, graf
Article in English | LILACS | ID: biblio-1345629

ABSTRACT

Abstract: The objective of the present study was to evaluate the association between social position and anthropometric status in women and men Brazilian adult. This was a cross-sectional study that used baseline data collected from 2008 to 2010 for the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil, in Portuguese), in the six major Brazilian state capital cities. A total of 15,105 active and retired civil servants aged from 35 to 74 years. Two latent variables were defined by latent class analysis, social position and anthropometric status. Both constructs and the analyses were separately evaluated by sex. Associations were assessed using multivariate logistic regression analysis with adjustment for age, self-reported skin color/race, and marital status. Around 44% of the women and 26% of the men were classified as overweight or obese. Social position tended to be lower in women (43.2%) and higher among men (40.4%). Heavier women were more likely to be black and brown-skinned, whereas slimmer women were more likely to be white. After adjustment, women's weight increased as social position decreased (OR = 1.52; 95%CI: 1.36-1.70), whereas in men weight decreased as social position decreased (OR = 0.87; 95%CI: 0.76-0.99). Social position affected the anthropometric status of women and men differently, with body patterns also being affected by ethnicity/skin color, showing the potentiality of taking the intersectional perspective when investigating the possible social determinants of the phenomenon.


Resumo: O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre posição social e o estado antropométrico em brasileiros adultos de ambos os sexos. O estudo transversal usou dados coletados entre 2008 e 2010 pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), nas seis maiores capitais brasileiras. Um total de 15.105 funcionários públicos, ativos e aposentados, de ambos os sexos, entre 35 e 74 anos de idade. Duas variáveis latentes foram definidas pela análise de classes latentes: posição social e estado antropométrico. Os construtos e análises foram avaliados separadamente por sexo. As associações foram avaliadas com o uso de análise de regressão logística multivariada, ajustada para idade, cor/raça e estado civil. Em torno de 44% das mulheres e 26% dos homens foram classificados com sobrepeso ou obesidade. A posição social tendia a ser mais baixa nas mulheres (43,2%) e mais alta nos homens (40,4%). Houve uma proporção maior de mulheres com sobrepeso ou obesidade entre as pretas e pardas, e proporção maior de mulheres magras entre as brancas. Nas mulheres, após ajustes, o peso aumentava na medida em que a posição social diminuía (OR = 1,52; IC95%: 1,36-1,70), enquanto nos homens o peso diminuía junto com a diminuição da posição social (OR = 0,87; IC95%: 0,76-0,99). A posição social afetou de maneira diferente o estado antropométrico de mulheres e homens, com perfis corporais afetados também pela raça/cor da pele, indicando o potencial de levar em conta a perspectiva interseccional ao investigar os possíveis determinantes sociais do fenômeno.


Resumen: El objetivo de este estudio fue evaluar la asociación entre posición social y estatus antropométrico de adultos brasileños de ambos sexos. Fue un estudio transversal, realizado usando datos de referencia recogidos entre 2008 y 2010, del Estudio Longitudinal Brasileño de Salud en Adultos (ELSA-Brasil), llevado a cabo en seis de las mayores capitales de estado brasileñas. Un total de 15.105 activos y jubilados, mujeres y hombres funcionarios públicos de 35 a 74 años de edad. Se definieron dos variables latentes mediante análisis de clases latentes: posición social y estatus antropométrico. Ambos constructos y análisis fueron evaluados separadamente por sexo. Las asociaciones fueron evaluadas usando una regresión logística multivariada con ajuste por edad, color de piel/raza autoinformado y estatus marital. Alrededor de un 44% de las mujeres y un 26% de los hombres fueron clasificados como con sobrepeso u obesos. La posición social tendió a ser más baja en mujeres (43,2%) y más alta entre hombres (40,4%). Las mujeres con más peso tenían más probabilidad de ser negras y mulatas/mestizas y las mujeres más delgadas tenían más probabilidad de ser blancas. En mujeres, tras el ajuste, se incrementó más el peso cuanto mayor decrecía la posición social (OR = 1,52; IC95%: 1,36-1,70), mientras en hombres el peso decrecía al igual que la posición social (OR = 0,87; IC95%: 0,76-0,99). La posición social afectó diferentemente al estatus antropométrico de mujeres y hombres, con los patrones corporales también estando afectados por etnicidad/color de piel, mostrando su potencialidad tomando en consideración la perspectiva transversal, cuando se está investigando los posibles determinantes sociales del fenómeno.


Subject(s)
Humans , Animals , Male , Adult , Social Class , Socioeconomic Factors , Brazil , Cross-Sectional Studies , Longitudinal Studies , Latent Class Analysis
14.
Saúde debate ; 44(spe4): 324-340, 2020.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1290134

ABSTRACT

RESUMO Esta revisão narrativa sintetizou evidências científicas sobre desigualdades de gênero e raça na pandemia de Covid-19, enfocando o trabalho produtivo/reprodutivo das mulheres, a violência de gênero e o acesso aos Serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR). Os resultados confirmam que as desigualdades sociais devem ser consideradas para o efetivo controle da pandemia e para a preservação de direitos. Para além dos efeitos diretos do SARS-CoV-2, discute-se que barreiras de acesso a serviços de SSR podem ocasionar o aumento de gravidezes não pretendidas, abortos inseguros e mortalidade materna. O distanciamento social tem obrigado muitas mulheres a permanecer confinadas com seus agressores e dificultado o acesso a serviços de denúncia, incorrendo no aumento da violência de gênero e em desfechos graves à saúde. Como principais responsáveis pelo cuidado, as mulheres estão mais expostas a adoecer nas esferas profissional e doméstica. A conciliação trabalho-família tornou-se mais difícil para elas durante a pandemia. A literatura naturaliza as diferenças de gênero, raça e classe, com ênfase em fatores de risco. Uma agenda de pesquisa com abordagem interseccional é necessária para embasar a formulação de políticas que incorporem os direitos humanos e atendam às necessidades dos grupos mais vulneráveis à Covid-19.


ABSTRACT This narrative review synthesized scientific evidence on gender and race inequalities in the Covid-19 pandemic, focusing on women's productive/reproductive work, gender-based violence, and the access to Sexual and Reproductive Health Services (SRHS). The results demonstrated that social inequalities must be considered for the effective control of the pandemic and for the preservation of rights. Besides the direct effects of SARS-CoV-2, the literature discusses that barriers to access SRHS can lead to an increase in unintended pregnancies, unsafe abortions, and maternal mortality. Also, social distancing has led several women to stay confined with their aggressors, which hinders the access to reporting services, incurring in the increase of gender-based violence and severe outcomes to health. As main responsible for the care, women are more prone to getting the virus in both professional and domestic spheres. The conciliation between work and family has become more difficult for them during the pandemic. Literature naturalizes gender, race, and social class differences, emphasizing risk factors. An intersectional research plan is needed to support the making of public policies that incorporate human rights and meet the needs of the most vulnerable to Covid-19.

15.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 25(supl.1): 2423-2446, Mar. 2020. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1101066

ABSTRACT

Resumo A pandemia de COVID-19 tem desafiado pesquisadores e gestores a encontrar medidas de saúde pública que evitem o colapso dos sistemas de saúde e reduzam os óbitos. Esta revisão narrativa buscou sistematizar as evidências sobre o impacto das medidas de distanciamento social na epidemia de COVID-19 e discutir sua implementação no Brasil. Foram triados artigos sobre o efeito do distanciamento social na COVID-19 no PubMed, medRXiv e bioRvix, e analisados atos do poder público nos níveis federal e estadual para sumarizar as estratégias implementadas no Brasil. Os achados sugerem que o distanciamento social adotado por população é efetivo, especialmente quando combinado ao isolamento de casos e à quarentena dos contatos. Recomenda-se a implementação de medidas de distanciamento social e de políticas de proteção social para garantir a sustentabilidade dessas medidas. Para o controle da COVID-19 no Brasil, é imprescindível que essas medidas estejam aliadas ao fortalecimento do sistema de vigilância nos três níveis do SUS, que inclui a avaliação e uso de indicadores adicionais para monitorar a evolução da pandemia e o efeito das medidas de controle, a ampliação da capacidade de testagem, e divulgação ampla e transparente das notificações e de testagem desagregadas.


Abstract The COVID-19 pandemic has challenged researchers and policy makers to identify public safety measures forpreventing the collapse of healthcare systems and reducingdeaths. This narrative review summarizes the available evidence on the impact of social distancing measures on the epidemic and discusses the implementation of these measures in Brazil. Articles on the effect of social distancing on COVID-19 were selected from the PubMed, medRXiv and bioRvix databases. Federal and state legislation was analyzed to summarize the strategies implemented in Brazil. Social distancing measures adopted by the population appear effective, particularly when implemented in conjunction with the isolation of cases and quarantining of contacts. Therefore, social distancing measures, and social protection policies to guarantee the sustainability of these measures, should be implemented. To control COVID-19 in Brazil, it is also crucial that epidemiological monitoring is strengthened at all three levels of the Brazilian National Health System (SUS). This includes evaluating and usingsupplementary indicators to monitor the progression of the pandemic and the effect of the control measures, increasing testing capacity, and making disaggregated notificationsand testing resultstransparentand broadly available.


Subject(s)
Humans , Personal Space , Pneumonia, Viral/prevention & control , Pneumonia, Viral/epidemiology , Coronavirus Infections/diagnosis , Coronavirus Infections/prevention & control , Coronavirus Infections/transmission , Pandemics/prevention & control , Betacoronavirus , Pneumonia, Viral/transmission , Public Policy , Social Isolation , Brazil/epidemiology , Communicable Disease Control , Global Health/statistics & numerical data , Coronavirus Infections , Coronavirus Infections/epidemiology , Clinical Laboratory Techniques/statistics & numerical data , Delivery of Health Care , Government Regulation , Capacity Building , Epidemiological Monitoring , Mass Behavior , Models, Theoretical
16.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00189618, 2020. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1055643

ABSTRACT

As desigualdades sociais no Brasil se refletem na busca por atenção pelas mulheres com abortamento, as quais enfrentam barreiras individuais, sociais e estruturais, expondo-as a situações de vulnerabilidades. São as negras as mais expostas a essas barreiras, desde a procura pelo serviço até o atendimento. O estudo objetivou analisar os fatores relacionados às barreiras individuais na busca do primeiro atendimento pós-aborto segundo raça/cor. A pesquisa foi realizada em Salvador (Bahia), Recife (Pernambuco) e São Luís (Maranhão), Brasil, com 2.640 usuárias internadas em hospitais públicos. Foi realizada regressão logística para análise das diferenças segundo raça/cor (branca, parda e preta), considerando-se "não houve barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento" como categoria de referência da variável dependente. Das entrevistadas, 35,7% eram pretas, 53,3% pardas e 11% brancas. Mulheres pretas tinham menor escolaridade, menos filhos e declararam mais o aborto como provocado (31,1%), após 12 semanas de gestação (15,4%). Relataram mais barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento (32% vs. 28% entre pardas e 20,3% entre brancas), tais como o medo de ser maltratada e não ter dinheiro para o transporte. Na regressão, confirmou-se a associação entre raça/cor preta e parda e barreiras individuais na busca de cuidados pós-aborto, mesmo após o ajuste por todas as variáveis selecionadas. Os resultados confirmam a situação de vulnerabilidade das pretas e pardas. A discriminação racial nos serviços de saúde e o estigma em relação ao aborto podem atuar simultaneamente, retardando a ida das mulheres ao serviço, o que pode configurar uma situação limite de maior agravamento do quadro pós-abortamento.


Las desigualdades sociales en Brasil se reflejan en la búsqueda de atención sanitaria por parte de las mujeres que abortan, que enfrentan barreras individuales, sociales y estructurales, exponiéndolas a situaciones de vulnerabilidad. Las negras son las más expuestas a estas barreras, desde la búsqueda del servicio hasta la atención. El estudio tuvo como objetivo analizar los factores relacionados con las barreras individuales en la búsqueda de la primera atención post-aborto según raza/color. La investigación se realizó en Salvador (Bahia), Recife (Pernambuco) y São Luis (Maranhão), Brasil, con 2.640 pacientes internadas en hospitales públicos. Se realizó una regresión logística para el análisis de las diferencias según raza/color (blanca, mulata/mestiza y negra), considerándose "no tuvo barreras individuales en la búsqueda de la primera atención" como categoría de referencia de la variable dependiente. De las entrevistadas 35,7% eran negras, 53,3% mulatas/mestizas y 11% blancas. Las mujeres negras tenían menor escolaridad, menos hijos y declararon más el aborto como provocado (31,1%), tras 12 semanas de gestación (15,4%). Informaron más barreras individuales en la búsqueda de la primera atención (32% vs. 28% entre multas/mestizas y un 20,3% entre las blancas), tales como el miedo de ser maltratada y no tener dinero para el transporte. En la regresión se confirmó la asociación entre raza/color negro y mulato/mestizo y barreras individuales en la búsqueda de cuidados post-aborto, incluso tras el ajuste por todas las variables seleccionadas. Los resultados confirman la situación de vulnerabilidad de las negras y mulatas/mestizas. La discriminación racial en los servicios de salud y el estigma en relación con el aborto pueden actuar simultáneamente, retardando la ida de las mujeres al servicio de salud, lo que puede constituir una situación límite de mayor gravedad en el cuadro post-aborto.


Social inequalities in Brazil are reflected in women's search for abortion care, when they face individual, social, and structural barriers and are exposed to situations of vulnerability. Black women are the most heavily exposed to these barriers, from the search for the service to the care itself. The study aimed to analyze factors related to individual barriers in the search for first post-abortion care according to race/color. The study was conducted in Salvador (Bahia State), Recife, (Pernambuco State) and São Luís (Maranhão State), Brazil, with 2,640 patients admitted to public hospitals. Logistic regression was performed to analyze differences according to race/color (white, brown, and black), with "no individual barriers in the search for first care" as the reference category in the dependent variable. Of the women interviewed, 35.7% were black, 53.3% brown, and 11% white. Black women had less schooling, fewer children, and reported more induced abortions (31.1%) and more second-trimester abortions (15.4%). Black women reported more individual barriers in the search for first care (32% vs. 28% in brown women and 20.3% in whites), such as fear of being mistreated and lack of money for transportation. Regression analysis confirmed the association between black and brown race/color and individual barriers in the search for post-abortion care, even after adjusting for all the selected variables. The results confirmed the situation of vulnerability for black women and brown women in Brazil. Racial discrimination in health services and abortion-related stigma can act simultaneously, delaying women's access to health services, a limitation that can further complicate their post-abortion condition.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Child , Abortion, Induced , Health Services Accessibility , Brazil , Surveys and Questionnaires , Social Stigma
17.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00190418, 2020. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1055646

ABSTRACT

O objetivo deste estudo é atualizar o conhecimento sobre o aborto inseguro no país. Foi realizada uma revisão sistemática com busca e seleção de estudos via MEDLINE e LILACS, sem restrição de idiomas, no período 2008 a 2018, com avaliação da qualidade dos artigos por meio dos instrumentos elaborados pelo Instituto Joanna Briggs. Foram avaliados 50 artigos. A prevalência de aborto induzido no Brasil foi estimada por método direto em 15% no ano de 2010 e 13% no ano de 2016. Prevalências mais elevadas foram observadas em populações socialmente mais vulneráveis. A razão de aborto induzido por 1.000 mulheres em idade fértil reduziu no período 1995-2013, sendo de 16 por 1.000 em 2013. Metade das mulheres referiu a utilização de medicamentos para a interrupção da gestação e o número de internações por complicações do aborto, principalmente complicações graves, reduziu no período 1992-2009. A morbimortalidade materna por aborto apresentou frequência reduzida, mas alcançou valores elevados em contextos específicos. Há um provável sub-registro de óbitos maternos por aborto. Transtornos mentais comuns na gestação e depressão pós-parto foram mais frequentes em mulheres que tentaram induzir um aborto sem sucesso. Os resultados encontrados indicam que o aborto é usado com frequência no Brasil, principalmente nas regiões menos desenvolvidas e por mulheres socialmente mais vulneráveis. O acesso a métodos mais seguros provavelmente contribuiu para a redução de internações por complicações e para a redução da morbimortalidade por aborto. Entretanto, metade das mulheres ainda recorre a outros métodos e o número de internações por complicações do aborto é ainda elevado.


El objetivo de este estudio es actualizar el conocimiento sobre el aborto inseguro en el país. Se realizó una revisión sistemática con búsqueda y selección de estudios vía MEDLINE y LILACS, sin restricción de idiomas, durante el período de 2008 a 2018, con una evaluación de la calidad de los artículos mediante instrumentos elaborados por el Instituto Joanna Briggs. Se evaluaron 50 artículos. La prevalencia de aborto inducido en Brasil se estimó por el método directo en un 15% durante el año 2010 y en un 13% durante el año 2016. Se observaron prevalencias más elevadas en poblaciones socialmente más vulnerables. La razón de aborto inducido por 1.000 mujeres en edad fértil se redujo durante el período de 1995-2013, siendo de 16 por 1.000 en 2013. La mitad de las mujeres informó sobre la utilización de medicamentos para la interrupción de la gestación y el número de internamientos por complicaciones del aborto, principalmente complicaciones graves, se redujo durante el período 1992-2009. La morbimortalidad materna por aborto presentó una frecuencia reducida, pero alcanzó valores elevados en contextos específicos. Existe un probable subregistro de óbitos maternos por aborto. Trastornos mentales comunes en la gestación y depresión posparto fueron más frecuentes en mujeres que intentaron inducir un aborto sin éxito. Los resultados encontrados indican que el aborto es usado con frecuencia en Brasil, principalmente en las regiones menos desarrolladas y por mujeres socialmente más vulnerables. El acceso a métodos más seguros probablemente contribuyó a la reducción de internamientos por complicaciones y a la reducción de la morbimortalidad por aborto. Sin embargo, la mitad de las mujeres todavía recurre a otros métodos y el número de internamientos por complicaciones del aborto es todavía elevado.


This study sought to update knowledge on unsafe abortion in Brazil. We carried out a systematic review with study search and selection on MEDLINE and LILACS, with no language restriction, from 2008 to 2018. We evaluated article quality using the Joanna Briggs Institute instruments. We evaluated 50 articles. The prevalence of induced abortion in Brazil was estimated by a direct method to be 15% in 2010 and 13% in 2016. Higher prevalences were observed in more socially vulnerable populations. There was a decrease in the ratio of induced abortions by 1,000 women of reproductive age in the period 1995-2013, reaching 16 per 1,000 in 2013. Half of all women reported using medications for terminating pregnancies and the number of hospital admissions due to complications from abortion, especially severe complications, decreased from 1992 to 2009. Maternal morbimortality from abortion had a reduced frequency but reached high values in specific contexts. It is likely that maternal deaths from abortion are under-reported. Common mental disorders during pregnancy and postpartum depression were more frequent among women who unsuccessfully attempted to induce an abortion. Findings indicate that abortion is frequently used in Brazil, especially in less-developed regions and by more socially-vulnerable women. Access to safer methods probably contributed to the reduction in hospitalizations due to complications and to the reduction in morbimortality from abortion. However, half of all women still resort to other methods and the number of admissions due to complications from abortion is still high.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Abortion, Induced , Brazil/epidemiology , Prevalence , Hospitalization
18.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00197918, 2020. graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1055647

ABSTRACT

A pesquisa sobre o aborto impõe grandes desafios, que são redobrados em contextos onde a prática é ilegal. As mulheres tendem a omitir a interrupção voluntária da gravidez ou declarar o aborto como espontâneo, o que resulta em subestimação da sua ocorrência. A pesquisa sobre o tema é imprescindível, por permitir estimativas de incidência do aborto e de suas complicações, e a identificação de demandas insatisfeitas e de grupos mais vulneráveis de modo a embasar ações e políticas de saúde. Neste artigo pretendeu-se descrever os principais desafios enfrentados, a partir de uma revisão de estudos originais sobre o tema e da reflexão das autoras com base na realização de pesquisas empíricas. Discute-se as dificuldades para obtenção da informação, as estratégias e técnicas utilizadas para aumentar a acurácia e a confiabilidade, seus limites e vantagens, e para estimativas de ocorrência do aborto e de suas complicações, com o uso de métodos diretos (entrevistas e extração de dados de prontuários) e indiretos (fontes de dados secundários de morbidade e mortalidade). Na investigação das complicações do aborto, aborda-se os estudos de mortalidade e morbidade enfatizando-se as especificidades dos abortos entre as causas obstétricas. São apontados os principais indicadores utilizados e aspectos metodológicos para sua construção. Recomendações são feitas para superar problemas metodológicos e realizar novos estudos. Em conclusão, a relevância da pesquisa sobre o aborto e a necessidade de abordagens para contemplar sua complexidade são reiteradas.


La investigación sobre el aborto impone grandes desafíos, que son redoblados en contextos donde la práctica es ilegal. Las mujeres tienden a omitir la interrupción voluntaria del embarazo o declarar el aborto como espontáneo, lo que resulta en un subestimación de su ocurrencia. La investigación sobre este tema es imprescindible, al permitir estimaciones de incidencia del aborto y de sus complicaciones, y la identificación de demandas insatisfechas y de grupos más vulnerables, de modo que puedan fundamentar acciones y políticas de salud. En este artículo se pretendió describir los principales desafíos enfrentados, a partir de una revisión de estudios originales sobre el tema y de la reflexión de las autoras, en base a la realización de investigaciones empíricas. Se discuten las dificultades para la obtención de la información, las estrategias y técnicas utilizadas para aumentar la precisión y la confiabilidad, sus límites y ventajas, y para las estimaciones de ocurrencia del aborto y sus complicaciones, con el uso de métodos directos (entrevistas y extracción de datos de registros médicos) e indirectos (fuentes de datos secundarios de morbilidad y mortalidad). En la investigación de las complicaciones del aborto, se abordan los estudios de mortalidad y morbilidad enfatizándose las especificidades de los abortos entre las causas obstétricas. Se apuntan los principales indicadores utilizados y aspectos metodológicos para su construcción. Las recomendaciones se realizan para superar problemas metodológicos y realizar nuevos estudios. En conclusión, se reiteran la relevancia de la investigación sobre el aborto y la necesidad de abordajes para contemplar su complejidad.


Abortion research faces great challenges, even more so in contexts in which it is illegal. Women tend to omit the voluntary termination of pregnancy or to declare having miscarried, which results in an underestimation of abortions. Research on this subject is indispensable because it enables us to estimate the incidence of abortion and its complications, and to identify unmet demands and more vulnerable groups so as to subsidize health actions and policies. In this article, we seek to describe the main challenges faced by researchers through a review of original studies on abortion and our reflections based on empirical studies we have conducted. We discuss the difficulties in obtaining information, strategies and techniques used to increase accuracy and reliability and their limits and advantages, and strategies for estimating the occurrence of abortion and its complications, using direct (interviews and data from medical charts) and indirect (secondary data on mortality and morbidity) methods. When investigating abortion complications, we address studies on mortality and morbidity, emphasizing the specificities of abortion among obstetric causes. We discuss the main indicators used by researchers and methodological aspects of their construction. We make recommendations for overcoming methodological problems and conducting new studies. In the conclusion, we reiterate the relevance of research on abortion and the need for approaches that contemplate its complexity.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Abortion, Induced , Developing Countries , Brazil/epidemiology , Abortion, Criminal , Reproducibility of Results , Morbidity
19.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00197718, 2020. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1055649

ABSTRACT

As complicações do aborto são um importante problema de saúde pública e pesquisas para avaliar a qualidade da atenção requerem ferramentas de aferição adequadas. Este estudo dá sequência ao processo de refinamento de um instrumento para esse fim - QualiAborto-Pt. Utilizando-se dados de um inquérito com 2.336 mulheres internadas por complicações do aborto em 19 hospitais de três capitais do Nordeste brasileiro (Salvador - Bahia, Recife - Pernambuco e São Luís - Maranhão), implementou-se uma sequência de análises fatoriais exploratórias e confirmatórias com base em um protótipo de 55 itens. As análises apontam para uma estrutura de 17 itens em cinco dimensões: acolhimento, orientação, insumos/ambiente físico, qualidade técnica e continuidade do cuidado. Todos os itens do modelo final evidenciam confiabilidade aceitável, ausência de redundância de conteúdo, especificidade fatorial, e guardam coerência teórica com as respectivas dimensões. A solução também mostra validade fatorial discriminante. Ainda que persistam algumas questões a aprofundar e acertar, esta versão merece ser recomendada para uso no Brasil.


Las complicaciones del aborto son un importante problema de salud pública y las investigaciones para evaluar la calidad de la atención requieren herramientas de medición adecuadas. Este estudio da continuación al proceso de perfeccionamiento de un instrumento para este fin - QualiAborto-Pt. Se utilizaron datos de una encuesta con 2.336 mujeres internadas por complicaciones con el aborto en 19 hospitales de tres capitales del nordeste brasileño (Salvador - Bahia, Recife - Pernambuco e São Luís - Maranhão), se implementó una secuencia de análisis factoriales exploratorios y confirmatorios, a partir de un prototipo de 55 ítems. Los análisis apuntan una estructura de 17 ítems en cinco dimensiones: acogida, orientación, insumos/ambiente físico, calidad técnica y continuidad del cuidado. Todos los ítems del modelo final evidencian confiabilidad aceptable, ausencia de redundancia de contenido, especificidad factorial, y guardan coherencia teórica con sus respectivas dimensiones. La solución también muestra validez factorial discriminante. A pesar de que persistan algunas cuestiones por profundizar y acertar, esta versión merece ser recomendada para su uso en Brasil.


Abortion complications are a major public health problem, and studies to assess the quality of abortion care require adequate measurement tools. This study is a continuation of such an instrument's refinement, the QualiAborto-Pt questionnaire. Using data from a survey of 2,336 women hospitalized for abortion complications in 19 hospitals in three state capitals in Northeast Brazil (Salvador - Bahia, Recife - Pernambuco, and São Luís - Maranhão), we implemented a series of exploratory and confirmatory factor analyses based on a 55-item prototype. The analyses indicate a structure with 17 items in five dimensions: reception, orientation, inputs/physical environment, technical quality, and continuity of care. All the items in the final model displayed acceptable reliability, absence of content redundancy, and factor specificity, as well as theoretical consistency with the respective dimensions. The solution also shows discriminant factor validity. Despite some persistent issues for further analysis and clarification, this version merits recommendation for use in Brazil.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Abortion, Induced , Psychometrics , Brazil , Surveys and Questionnaires , Reproducibility of Results , Factor Analysis, Statistical
20.
Rev. bras. epidemiol ; 22: e190045, 2019. graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1020559

ABSTRACT

RESUMO: Introdução: O estudo avaliou a confiabilidade interobservadores na classificação de pares de registros formados durante o processo de relacionamento probabilístico, sendo uma das etapas de validação da metodologia a ser utilizada em pesquisa sobre desigualdades de acesso às ações de controle dos cânceres de mama e do colo do útero no Brasil (DAAC-SIS). Metodologia: O programa RecLink foi usado para relacionar as bases de dados do Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama (SISMAMA) do estado de Minas Gerais, tendo como referência 301 mamografias de rastreamento com resultado provavelmente benigno (categoria BI-RADS 3), registradas em outubro de 2010 e, como comparação, 158.517 mamografias registradas em 2011. Posteriormente, 215 pares de registros, que não obtiveram o escore máximo atribuído pelo RecLink, foram classificados independentemente por dez avaliadores, de quatro centros participantes da pesquisa, como pares verdadeiros ou falsos. Resultados: O coeficiente Kappa variou de 0,87 a 1,00. Seis avaliadores obtiveram concordância perfeita com um ou mais avaliadores de outros centros. O Kappa global foi 0,96 (intervalo de confiança de 95% - IC95% 0,94 - 0,99). Discussão: A avaliação interobservadores foi fundamental para garantir a qualidade do processo de relacionamento, e a sua prática deve ser rotina em estudos dessa natureza. A divulgação desses resultados contribui para a transparência na condução e no relato do estudo em curso. Conclusão: A confiabilidade interobservadores foi excelente, sinalizando homogeneidade satisfatória da equipe na classificação dos pares de registros.


ABSTRACT: Introduction: The study assessed interobserver reliability in the classification of record pairs formed during probabilistic linkage of health-related databases, a key step in the methodology validation to be used in a larger on-going study on inequalities in the access to breast and cervical cancer control activities in Brazil (DAAC-SIS). Methodology: The RecLink software was used to link two databases of the Breast Cancer Control Information System (SISMAMA) in the state of Minas Gerais, Brazil: a reference database, which included 301 screening mammograms with probable benign diagnosis (BI-RADS 3 category) recorded in October 2010, and a database comprising 158,517 mammograms registered in 2011. Subsequently, the 215 pairs of records that were not assigned the maximum RecLink score were independently classified as being true or false by ten independent evaluators from four participating centers. Results: The Kappa coefficient ranged from 0.87 to 1.00. Six evaluators were in perfect agreement with one or more evaluators from the other centers. The global Kappa was 0.96 (95% confidence interval - 95%CI 0.94 - 0.99). Discussion: Assessment of interobserver reliability is key to ensuring the quality of the record linkage, and it should be routine practice in studies of this nature. The disclosure of such results contributes to transparency in the conduct of such studies and in the reporting of their findings. Conclusion: Interobserver reliability in this study was excellent, indicating satisfactory team consistency in the classification of record pairs.


Subject(s)
Humans , Female , Breast Neoplasms/prevention & control , Medical Record Linkage , Health Information Systems , Brazil , Mammography , Observer Variation , Reproducibility of Results , Databases, Factual , Systems Integration
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL